A letargia dos atos cartorários no Brasil e o prejuízo ao empreendedorismo

 

FADIVALE

Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce

 

 

Dhennis Wheberth Barbosa

 

 

 

 

 

 

 

A letargia dos atos cartorários no Brasil e o prejuízo ao empreendedorismo

Breve comparação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Governador Valadares MG

Junho de 2021

Agradecimentos

 

 

Expresso aqui meus agradecimentos ao eminente professor de Direito Empresarial/Fadivale Dr. Ricardo Costa pelo desafio a mim proposto. Ao término de mais uma prova (um dia após), em meio a outros trabalhos acadêmicos de um mestrado que ocorre nos Estados Unidos da América em Tecnologias Emergentes da Educação, e ainda cursos de pós graduação e especialização diretos na plataforma do Ministério da Educação que tenho que cumprir por ser diretor escolar, surgiu o professor propondo-me a realização de um artigo científico sobre Direito Empresarial, sua matéria. Um susto pelo volume de trabalhos aos quais já me dedicava, mas ao mesmo tempo um alento ao perceber que o professor confiava na possibilidade de êxito do que ali era proposto. Além do mais, gosto de trabalhar sob pressão; me faz bem. Assim como costumam dizer: desafio apresentado, desafio cumprido. Deixo minha gratidão!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ÍNDICE

 

 

 

 

 

1-    INTRODUÇÃO.......................................................................................5

2-    DESENVOLVIMENTO............................................................................5

3-    CONCLUSÃO.........................................................................................7

7- BIBLIOGRAFIA........................................................................................8

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

Resumo

Neste presente trabalho pretendemos mostrar o quão prejudicial e moroso é o tratamento que o sistema cartorário brasileiro dispensa no atendimento em geral, seja à pessoa física ou mesmo no atendimento a uma empresa. E isto independe da necessidade apresentada pelo requerente do serviço. De uma forma quase orquestrada e também rotineira, o que se vê no dia a dia dos cartórios, rara exceção, é um tratamento infantil, descompromissado, de péssimo humor e abarcado pela extrema falta de empatia e de profissionalismo. Não obstante, tem-se que no Brasil, diferente de tantos outros países tecnicamente mais avançados, nenhum ser humano pode tratar de negócios ou empresas sem que passe pelos cartórios, assim como nenhuma empresa o será sem que enfrente pelos seus responsáveis as mesmas tormentas e burocracias. Mais do que gerar empregos e renda, o que parece mesmo importar por aqui é o carimbo.

 

Palavras chave: cartório, documentos, empresas, tempo, oficial.

 

Summary

In this present work we intend to show how harmful and time consuming is the treatment that the Brazilian notary system provides in the service in general, either to the individual or even to the service of a company. This is independent of the need presented by the service applicant. In an almost orchestrated and also routine way, what you see in the day-to-day of the registry offices, a rare exception, is a childish treatment, uncompromised, in a bad mood and encompassed by the extreme lack of empathy and professionalism. Nevertheless, in Brazil, unlike so many other technically more advanced countries, no human being can deal with businesses or companies without going through notaries, just as no company will be without facing the same storms and those responsible for them. bureaucracies. More than generating jobs and income, what really seems to matter here is the stamp.

Keywords: notary, documents, companies, time, official.



Introdução

 

Diante das tantas reclamações sobre a qualidade dos serviços notariais existentes no Brasil, seu alto custo e a sua letargia nos atendimentos, e ouvindo de forma muito enfática sobre a boa qualidade dos serviços similares em outros países, propusemos realizar uma breve pesquisa para levantarmos tais dados, e assim podermos entender com mais precisão o que de fato ocorre, e ainda o que está por trás de tantos atrasos e tantas reclamações. Realizamos então uma pesquisa de campo/qualitativa, utilizando tanto dados e documentos já existentes e em nossa posse, dentro e fora do país, como também pesquisa de averiguação nos próprios cartórios, onde pudemos levantar dados, preços e serviços por estes prestados e então ter uma ideia mais límpida sobre o que de fato ocorre. Claro que aqui não se pretende chegar ao ápice do entendimento e dizer: estamos satisfeitos com os resultados e chegamos a uma conclusão absoluta. No senso mais preciso seria dizer que aqui pretendemos lançar um pouco mais de luz sobre o tema e, quem sabe, até provocar caminhos de sensatez para que, quem sabe, tal serviço possa ser alvo de uma melhora na qualidade, no atendimento, nos valores cobrados, na clareza, e sobretudo no atendimento mais polido e eficiente que o cliente tanto deseja lhe seja oferecido.

 

Desenvolvimento

Sabe-se que o Brasil ocupa uma posição nada confortável para aqueles que   desejam empreender no país. Na verdade, hoje o país está, segundo recente pesquisa do Banco Central do Brasil1 na 124ª posição entre os países que apresentam facilidades para se fazer negócios. Claro, não é nada cômoda essa posição: 124º lugar; na verdade é vergonhosa, se considerarmos um volume de cerca de cento e noventa países no planeta. Haja vista que somos do grupo das doze maiores economias do mundo, e já houve tempo, como na década passada, em que chegamos a ser a sexta maior economia do planeta, urge a necessidade de expressar o nada cômodo lugar que ocupamos no rol dos países onde se pretenda realizar algum negócio. Doutra forma seria dizer uma contrariedade a Cabral, fato que se tornou dito popular, quando este diz: “Nesta terra em si plantando tudo dá”.  Então diria alguém: “Tudo, menos empresas pois a burocracia cartorária não as deixa vingar e menos ainda produzir”. Aqui torna-se imperioso dizer que quando se fala em cartório nem sempre estaremos nos referindo àqueles lugares com a plaquinha indicativa: “Cartório”. A verdade é que a burocracia cartorária começa bem antes, mesmo em outros cartórios que nem sempre terão a tal plaquinha. Pode ser uma repartição pública, uma sala de atendimento, uma delegacia de polícia, uma autarquia pública federal ou mesmo estadual ou ainda municipal. O fato é: a burocracia cartorária começa muito antes de qualquer coisa. Talvez o exemplo mais simples que se possa aqui postar é o fato de você em pessoa diante de uma autoridade ser mandado a um cartório para reconhecer sua assinatura como sendo sua. E de lá volta com um papel assinado por outra pessoa avessa ao caso que se pretenda cuidar, e agora irá apresentar aquele mesmo papel para aquela mesma autoridade com um outro papel do cartório que agora sim, está provado que a sua assinatura é sua. Quando não constrangedor, essa prática notarial soa ridícula e em desmerecimento à confiança natural que se deveria ter. Assim a letargia dos atos cartorários no Brasil e o prejuízo ao empreendedorismo é muito mais sério do que se possa a princípio imaginar. Desenvolvimento que não aparece, desemprego que aumenta, e renda que não sobe. Estes são apenas alguns dos muitos sintomas. Mas podemos aqui fazer uma breve comparação para podermos entender melhor a situação. Vejamos este quadro comparativo2:

Como pode ser observado no quadro acima, o Brasil por causa da extensa burocracia, deixa a cada ano um bom lugar em que deveria estar, cedendo tal posição para outras nações que aprenderam a desburocratizar em favor do empreendedorismo e da satisfação nacional. Coisas que ainda precisamos aprender. Veja que do 9º lugar em 2019 passamos para 12º já em 2020. No tocante a isto, pensando no progresso, foi sancionada a lei nº 14.063/2020 pelo presidente da república Jair Messias Bolsonaro. Essa lei que já pode ser entendida como bom princípio da desburocratização, criou liberdades antes alijadas, e que eram dadas como coisas de primeiro mundo e de países evoluídos não pertencentes a nós. Seguindo o mesmo raciocínio, o governo de Minas Gerais acaba de lançar um projeto com objetivos similares, chamado “Destrava Minas”, que pode ser observado em diversas mídias3, cujo o objetivo é exatamente romper com os atos burocráticos de impedimento, de forma que venha minimizar e agilizar os passos daqueles que pretendem empreender no estado, sem que tenham que enfrentar a mesma perdulária burocracia.

 

Conclusão

Observados estes pontos que são impossíveis de serem negados ou negligenciados, concluímos que o serviço notarial/cartorário no Brasil tem um longo caminho ainda a ser percorrido, principalmente no tocante à humanização, aperfeiçoamento técnico, minoração de valores cobrados e agilidade associada à qualidade do que se pretende nestes ambientes. Mas também entendemos que tal caminho, ainda que longo, não pode ser feito em tempo igualmente longo, haja vista que isto seria uma decretação de morte para o serviço, e ao mesmo tempo permitir que o Brasil permaneça deitado em berço esplêndido sem se levantar. O que podemos precisar é que resta muito a aprendermos com países que aprenderam a desburocratizar para que a vida do cidadão seja menos complicada em situações onde barreiras foram criadas com a única intenção da obtenção de lucros e não de progresso.

 

 

Bibliografia

1 - https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-03/bolsonaro-assina-mp-para-melhoria-do-ambiente-de-negocios-no-brasil - Acessado em 30/05/2021

2 - https://blogdoibre.fgv.br/posts/como-o-brasil-se-situa-entre-maiores-economias-do-mundo-no-pos-covid - Acessado em 30/05/2021

3 - https://diariodocomercio.com.br/economia/destrava-minas-classifica-risco-ambiental-de-atividades-economicas-e-otimiza-ambiente-de-negocios/ - Acessado em 31/05/2021

 

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